Festival lança programação em coletiva à imprensa. Diversidade, tolerância e humanismo permeiam a grade de espetáculo, colocando em pauta questões que precisam ser repensadas

O diretor Paulo de Moraes (Foto: Milton Dória/Fotografia FILO)

Tudo pronto para mais uma edição do Festival Internacional de Londrina – FILO.  O evento foi apresentado para a imprensa em entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (10), no Teatro Ouro Verde, reunindo o diretor do FILO, Luiz Bertipaglia, a diretora da Casa de Cultura da UEL, Cleusa dos Santos Cacione e o diretor da Armazém Companhia de Teatro, Paulo de Moraes. O FILO 2017, em sua edição de 49 anos, será aberto nesta sexta-feira (11), às 20h30, com a apresentação do espetáculo “Hamlet”.  

Bertipaglia observou que a programação do FILO 2017 está bastante diversificada, dentro do conceito que marca o Festival ao longo de sua história, que é a diversidade, a tolerância e o humanismo. “Temos espetáculo que é puro entretenimento, mas também programamos muitas peças que buscam estabelecer um diálogo com a sociedade sobre assuntos atuais e urgentes. A ideia é propor ao público reflexões e discussão sobre o que estamos vivendo no Brasil e no Mundo”, comentou.  

Dentro desta vertente que busca levar o espectador a vivenciar uma troca com os encenadores e assim suscitar reflexões, Bertipaglia chamou a atenção para a montagem “Black Off”, de  Ntando Cele, da África do Sul, coprodução com a Suíça. “O espetáculo toca na questão do racismo de forma muito impactante”, observou. O momento político vivido pelo Brasil também estará no FILO, na trilogia “Abnegação”, do Tablado de Arruar, de São Paulo.  “Temos ainda espetáculos que falam da questão de gênero e outras questões políticas que afetam não só o Brasil, mas o mundo de forma geral”, disse Bertipaglia.

Luiz Bertipaglia, diretor do FILO

O diretor destacou ainda a presença da grande dama do teatro brasileiro, a atriz Fernanda Montenegro, que está no FILO pela primeira vez. Ela apresenta a leitura dramática “Nelson Rodrigues por Ele Mesmo”. “O Festival busca, mais uma vez, trazer para Londrina espetáculos para todos os públicos, em salas fechadas e também os gratuitos ao ar livre, em ruas, praças e parques”, afirmou. Em seus 17 dias de programação, o FILO terá 34 espetáculos, 78 apresentações de companhias do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. A programação internacional contará com grupos da África do Sul/Suíça, França, Colômbia e Bolívia.

Nesta edição, o FILO retorna ao Teatro Ouro Verde, sua principal sala de apresentação, depois de cinco anos de ausência, por conta de um incêndio em 2012, que praticamente destruiu o local. Bertipaglia afirmou que a situação da falta de funcionários do Teatro durante o evento será resolvida pelo próprio Festival. “A equipe do FILO irá suprir esta falta de pessoal”.

Cleuza dos Santos Cacione, diretora da Casa de Cultura da UEL

A diretora da Casa de Cultura da UEL, Cleusa Cacione, afirmou que abrigar o Festival é sempre uma honra para a instituição. “O FILO nasceu na Casa de Cultura, com o antigo Proteu, e ver a proporção que este festival tomou, nos enche de orgulho”, comentou.

O diretor da Armazém Companhia de Teatro, Paulo de Moraes, destacou que abrir o FILO também é uma honra para a  grupo. “Ainda mais tendo o Teatro Ouro Verde de volta, um lugar que nos é tão familiar. A gente vive um momento tão nebuloso no Brasil, que é preciso resistir de uma forma muito determinada a tudo que está acontecendo. E a volta do Ouro Verde é uma parte dessa resistência”.

Guto Rocha / Assessoria de Comunicação FILO

Serviço:

Festival Internacional de Londrina – FILO 2017

De 11 a 27 de agosto

Realização: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina

Patrocínio: Petrobras, Governo Federal, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Caixa Econômica Federal, Unimed.