Violonista gaúcho volta a Londrina com repertório dedicado aos sons da América do Sul. O show é uma parceria com a série Palcos Musicais
A América Latina musical, vibrante e muitas vezes desprezada pelo Brasil, ganha a devida importância nas mãos do violonista Yamandu Costa, que logo mais, às 20h30, sobe ao palco do Teatro Ouro Verde para seu show solo. A apresentação integra a programação do FILO 2017, e é uma parceria com a série Palcos Musicais. O show, segundo o violonista, trará um repertório quase exclusivamente com suas próprias composições.
Yamandu Costa diz que sua história tem muito a ver com a história latino-americana e que, nos últimos anos, essa característica tem se acentuado bastante em seu trabalho. Ele diz que é um brasileiro da fronteira com a Argentina e que, naturalmente, tem muita ligação com a música popular argentina, uruguaia, paraguaia, além da brasileira.
“Isso tem se revelado nas minhas composições. O que não é muito comum no Brasil, que sempre ficou de costas para a cultura latina, pois o brasileiro não se sente latino-americano, só quando vai para Miami. E com isso, não se dá conta de que temos muitas coisas bonitas aqui do lado. Somos parceiros das mesmas dificuldades e com uma riqueza cultural incrível. Minha intenção é se aproximar dessa linguagem latino-americana”, afirma.
Yamandu Costa conta que tem uma ligação forte com Londrina por conta das diversas vezes que tocou por aqui. “Já até perdi a conta, umas sete ou oito vezes”. O compositor revela que foi na cidade que iniciou sua experiência de tocar em formações sinfônicas. “Toquei com a Orquestra Sinfônica da UEL e também com um grupo de jovens músicos, alunos do Festival de Música de Londrina, que mais tarde convidei para me acompanhar em um show na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro”, comenta.
O violonista diz ter ficado muito feliz por ter sido convidado para tocar na programação do FILO. “Mesmo com esta crise que o País vive, o Festival continua resistindo. É um evento muito importante, um festival com 49 anos de história”, destaca. Ele também comentou o fato de fazer um show de música em um Festival predominantemente voltado para as artes cênicas e estar com o teatro lotado, já com ingressos esgotados dias antes do show. “A mídia, de modo geral, sempre dá um tratamento segmentado, classificando meu trabalho como música instrumental. Música é música, cantada ou tocada. Acho que esse termo mostra a limitação que nós no Brasil temos no entendimento de cultura de modo geral”.
Para quem não conseguiu assistir à apresentação no FILO, a internet é uma possibilidade para conhecer e apreciar a obra de Yamandu Costa, a qualquer momento. O compositor conta que há cerca de 15 dias lançou um aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, tanto para sistemas Android quanto para IOS. A ferramenta possibilita que se tenha acesso a todos os CDs que ele já lançou, bem como acompanhar entrevistas, vídeos de shows. “Em breve, também vou disponibilizar partituras de minhas músicas”, conta o compositor.
Guto Rocha/Assessoria de Comunicação FILO
Serviço:
Festival Internacional de Londrina – FILO 2017
De 11 a 27 de agosto
Realização: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina
Patrocínio: Petrobras, Governo Federal, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Caixa Econômica Federal, Unimed.