Grupo de Teatro Cemitério de Automóveis (SP) se apresenta nesta segunda e terça (4 e 5)
Paul é um roqueiro cruel, manipulador, mimado, que está na reta final de uma turnê internacional de 15 meses. Sob a pressão dos holofotes do público e da mídia, está extremamente entediado, à beira de um colapso nervoso, e trata sua própria carreira como uma mercadoria.Quando o fim da estrada é inevitável e a volta à casa está prestes a se tornar realidade, a música começa a abalar Paul.
“Birdland”, peça do dramaturgo britânico Simon Stephens, inspirada na canção homônima da roqueira norte-americana Patti Smith, encerra a programação da Mostra Nacional de Artes Cênicas do FILO 50+1, em espetáculo do Grupo de Teatro Cemitério de Automóveis (São Paulo).
Com direção de Mário Bortolotto, a primeira montagem brasileira da peça será apresentada nesta segunda e terça-feira (dias 4 e 5/11), às 20 horas, na Vila Cultural que leva o mesmo nome do grupo (a Vila Cemitério de Automóveis fica na Av. Arthur Thomas, 342). No elenco, Ana Rita Abdalla, Carcarah, Debora Sttér, Gabriel Oliveira, Mário Bortolotto, Maurício Bittencourt e Rebecca Leão.
Um dos grupos mais ativos do cenário teatral nacional, o Cemitério de Automóveis nasceu em Londrina, em 1982. Tem mais de 50 peças no currículo e arrebatou prêmios importantes como o Troféu APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte (pelo conjunto da obra), e o Prêmio Shell de melhor autor para Mário Bortolotto (por “Nossa Vida não Vale um Chevrolet”). Entre as últimas montagens de destaque do grupo estão “Criança Enterrada” e “Oeste Verdadeiro”, ambas de Sam Shepard, e “Barrela”, em montagem celebrada pelo encontro do teatro de Mário Bortolotto com a dramaturgia de Plínio Marcos.
Oficina de dramaturgia
Na programação das Paralelas da Mostra Nacional de Artes Cênicas – FILO, Mário Bortolotto compartilha sua experiência como dramaturgo na oficina “A Importância da Construção da Personagem no Texto Teatral”. Aberta a inscritos, a atividade acontece na terça-feira (5) à tarde, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis.
Mário Bortolotto conduz a oficina a partir da metodologia da interação entre os participantes, seguindo o princípio do bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934), que se dedicou a estudar os filtros entre o homem e o meio onde vive. Os participantes terão a oportunidade de criar um texto dramático a partir da valorização do contato e o diálogo, experiência de vida, conhecimento cultural e antropológico de cada participante. Os exercícios de criação propostos pelo dramaturgo partem de um olhar mais atento e crítico do processo de construção das personagens e apontam caminhos mais seguros para a confecção do texto final.
Cemitério de Automóveis
O Grupo Cemitério de Automóveis é reconhecido como um núcleo de produção constante e intensa, e já cumpriu várias temporadas em Londrina, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, onde está situado. Realizou várias mostras e participou dos mais importantes festivais do país.
Foi contemplado diversas vezes com o Programa de Fomento ao Teatro da Prefeitura de São Paulo, a primeira em 2003, quando inaugurou sua primeira sede, no bairro da Bela Vista, tendo lançado o espetáculo “A Frente Fria que a Chuva traz” – indicado ao Prêmio Shell de Melhor Autor. No ano seguinte ocupou o Teatro Alfredo Mesquita, e estreou o espetáculo “O Que Restou do Sagrado” no Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt.
Pelo Fomento também lançou em 2006 o espetáculo “Chapa Quente” (adaptação dos quadrinhos de André Kitagawa). Em 2012, o grupo comemorou 30 anos com a inauguração da nova sede na Consolação e o “Projeto Cemitério de Automóveis – Artes do Subterrâneo” com apresentações de peças de repertório e inéditas, dentre elas, a inédita adaptação de “Mulheres”, de Charles Bukowski, além de shows, exibição de filmes, debates, oficinas e exposições.
Em 2014, o Cemitério de Automóveis inicia novo trabalho de pesquisa, investindo na encenação de autores estrangeiros de cunho realista. Com o texto do dramaturgo americano Tracy Letts, “Killer Joe”, o grupo faz uma temporada de grande destaque em São Paulo. Ainda neste ano, faz remontagens de importantes espetáculos da história do grupo e estreia “Whisky e Hamburguer”. Em 2015, o sucesso da peça “Killer Joe” leva o grupo a uma temporada no Rio de Janeiro, convidado pelo Teatro Poeira. Reestreia a peça “Tanto Faz”, adaptação de Mário Bortolotto do romance de Reinaldo Moraes. Dando continuidade à proposta atual do grupo, estreia o espetáculo “O Canal”, texto de 1993 do dramaturgo americano Gary Richards.
Em 2016, o grupo é contemplado com o Prêmio Myriam Muniz e realiza o espetáculo “Criança Enterrada”, texto do Sam Shepard, trazendo de volta aos palcos do teatro o ator Paulo César Pereio, que cumpre temporada no teatro do Grupo. Também realiza temporada do “O Canal” e reestreia o espetáculo “O inferno em Mim”. Em 2017, produz o espetáculo “Oeste Verdadeiro”, texto de Sam Shepard. Em 2018, o grupo é contemplado com o Prêmio Zé Renato para a realização do espetáculo “Tudo que Dói” com texto e direção de Mário Bortolotto.
FICHA TÉCNICA
Direção: Mário Bortolotto. Texto: Simon Stephens. Tradução: Vanessa Deborah. Assistência de Direção: Marília Medina e Isabela Bortolotto. Elenco: Ana Rita Abdalla, Carcarah, Debora Sttér, Gabriel Oliveira, Mário Bortolotto, Maurício Bittencourt e Rebecca Leão. Direção de Produção: Isabela Bortolotto. Assistência de Produção: Vanessa Deborah. Produção Executiva: Carcarah. Iluminação: Ademir Muniz e Mário Bortolotto. Sonoplastia: Mário Bortolotto. Operação Técnica: Ademir Muniz. Figurino: Leticia Madeira e Vanessa Deborah. Cenografia: Mariko e Seiji Ogawa. Cenografia Digital em Vídeo Mapping: Ninguém. Programação Visual e Ilustração: André Kitagawa. Fotos: Zyon Colbert.
MOSTRA NACIONAL DE ARTES CÊNICAS FILO 50 +1
De 24 de outubro a 5 de novembro
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Vendas pela internet: Sympla https://www.sympla.com.br/FiloMostraNacionalDeArtesCenicas .
Ponto de vendas central: Loja Ciranda (Rua Prefeito Hugo Cabral, 656) – Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 9 às 18 horas, e sábados, das 9 às 13 horas.
Patrocínio: Prefeitura Municipal de Londrina – Secretaria Municipal de Cultura – Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC)
Apoio: Ciranda, Crillon Palace Hotel, Midiograf, Rádio UEL FM, Sanepar, SESI Cultura, Teatro Mãe de Deus e Vila Cultural Cemitério de Automóveis
Realização: Atrito Arte Artistas e Produtores Associados, Palipalan Arte e Cultura e Universidade Estadual de Londrina (UEL).