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Matheus Nachtergaele comoveu plateia com a interpretação delicada de poemas escritos por sua mãe

A emoção tomou conta ontem do Teatro Marista na abertura do Festival Internacional de Londrina – FILO 2016.  A plateia foi capturada pela presença hipnotizante do ator e diretor Matheus Nachtergaele, que apresentou seu “Processo de Conscerto do Desejo”.  Em cena, ele conduz o espectador ao que chama de “oração profana”, uma homenagem a sua mãe, a poeta Maria Alice Nachtergaele, que se suicidou quando ele tinha apenas três meses de vida. A poesia dela ganha vida no palco por meio da arrebatadora interpretação de Nachtergaele, que faz rir e chorar ao tratar deste tema tabu com delicadeza.

A cerimônia de abertura do FILO 2016, que antecedeu à apresentação do espetáculo, também foi marcada por discursos emocionados que reafirmam a importância do Festival para Londrina.  O diretor do FILO, Luiz Bertipaglia, abriu sua fala com uma homenagem à presidente de honra e criadora do FILO, Nitis Jacon, que completou 81 anos ontem.

Bertipaglia afirmou que realizar a 48ª edição do FILO é motivo de comemoração diante de todas as dificuldades impostas pelas mudanças institucionais no País, em meio a uma grave crise econômica, que afeta diretamente eventos que dependem de apoio, como o Festival. “O lado bom é que nestes momentos é revelado o papel fundamental da cultura na vida do brasileiro e, em meio a incertezas, nós, trabalhadores da cultura ocupamos o espaço público, o espaço do debate para fazer ecoar nossa visão humanista e apaixonada do mundo. As manifestações em defesa da cultura revelam a fragilidade e a precariedade das estruturas que promovem a arte entre nós, com suas eternas carências, preconceitos e permanente falta de investimentos”, disse.

Ele destacou ainda o fato de a programação do Festival colocar em evidência temas que merecem ser debatidos. “Não posso deixar de relatar que, em meio a atitudes de extremismo e intolerância, esta edição do FILO traz à tona assuntos que muitos gostariam que ficassem embaixo do tapete”.

O diretor de Mercado da Unimed Londrina, Sérgio Parreira, ressaltou em seu discurso a importância do Festival e ressaltou ser uma honra para a cooperativa médica apoiar a realização do evento.  “A Unimed de Londrina entende que eventos como o FILO são fundamentais para a cidade, pois o contato com a arte é essencial para nossa saúde física e mental, além de tornar as pessoas melhores cidadãos”.

A secretária Municipal de Cultura, Solange Batigliana, destacou que o FILO é um patrimônio para Londrina, que vai além das construções, teatros e pessoas.  “É um orgulho para o Município ser parceiro deste evento”.

Em seu discurso, a reitora da Universidade Estadual de Londrina, Berenice Quinzani Jordão, também destacou o fato de o Festival estar acontecendo em meio a um momento conturbado da história do País. “Mesmo com tanta dificuldade, mas por meio da parceria e da teimosia, o FILO está sendo realizado e não retrocede. Só se fortalece”, pontou. Ela observou também a importância para a cidade ter um festival que “faz as pessoas se identificarem e refletirem sobre o que é proposto por meio da arte”. “A UEL sente-se muito honrada em poder contribuir e cumprir, por meio do FILO, um pouco mais de seu papel social como universidade pública e gratuita”, finalizou a reitora.

 

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O diretor do Filo, Luiz Bertipaglia

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Berenice Jordão, reitora da UEL; Solange Batigliana, secretária de Cultura; Rosinda Stremlow, da Horizon/John Deere, e Sérgio Parreira, da Unimed Londrina (Fotos: Celso Pacheco/Fotografia FILO)

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