Programação enxuta, mas potente, marca a programação do evento que será
realizado até o dia 26

Na manhã de ontem, o Festival Internacional de Londrina – FILO 2022 realizou
uma coletiva de imprensa no Cine Teatro Ouro Verde com representantes da
Secretaria Municipal de Cultura, Universidade Estadual de Londrina (UEL),
Associação dos Profissionais de Arte de Londrina (Aspa) e ainda com a
participação do ator carioca Julio Adrião, que apresenta no FILO o espetáculo
“A Descoberta das Américas”. A montagem será reapresentada quinta-feira, às
20h30. O FILO prossegue até o dia 26 de junho.
O secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini, abriu a coletiva
destacando o patrimônio cultural do evento, um dos maiores da América Latina,
que vem fomentando a cidade em várias áreas há mais de 50 anos, além de
ser responsável pela formação de público e vários artistas.
Ele também pontuou o desafio na arrecadação de recursos para a realização
do Festival, que nesta edição contou com patrocínio exclusivo da Prefeitura de
Londrina, no valor de R$ 350 mil. A expectativa é de que no segundo semestre
se concretize a captação de recursos nos âmbitos estadual e federal que
viabilizem uma segunda etapa do FILO em dezembro. “É uma retomada linda,
depois de dois anos, de um festival de teatro que vem se mantendo como
referência de qualidade dentro de uma política cultural voltada à população”,
afirmou o secretário.
O diretor artístico do FILO, Luiz Bertipaglia, destacou o apoio fundamental da
Prefeitura de Londrina para a realização do festival e ressaltou que, não por
acaso, foi escolhido o tema “água” para ilustrar a identidade visual do evento
neste ano. “Água é símbolo de vida, de renascimento, fundamental para a
manutenção e preservação da vida. Algo bastante propício dentro da ideia de
preservação do FILO como patrimônio cultural de Londrina e que promove
tantos debates importantes”.
O vice-reitor da UEL, Airton Petris, disse que a instituição tem muito orgulho
por fazer parte da história da realização do FILO, que começou no ambiente
universitário. “É um evento fundamental para a promoção de práticas
democráticas, da diversidade e reflexões culturais importantes. Não consigo
enxergar a cidade preparada para discussões necessárias sem a contribuição
do FILO”, argumentou, reforçando também a importância dos órgãos
suplementares da UEL para a realização do apoio ao evento.
O coordenador geral da ASPA, Alexandre Simioni, considerou um privilégio
poder ser responsável pela primeira vez pela organização do festival, do qual
participa desde 1988. “Esta edição exigiu muita energia de nossa equipe e
temos certeza que o público ficará surpreendido com a qualidade e potência da
nossa programação”, ponderou.

A representante da Casa de Cultura, Maria Helena Ribeiro Bueno, lembrou que
o FILO incentivou a criação do curso de Artes Cênicas da UEL, assim como a
empresa júnior de artes cênicas, projeto também vinculado à universidade. “Há
um grande esforço coletivo para que o Festival seja realizado e a programação
enxuta não afeta a grandeza da retomada. Estou feliz e emocionada por poder
participar deste momento”, concluiu.
O ator carioca Julio Adrião fez questão de evidenciar que o Festival de
Londrina é referência internacional e que esta retomada é especial também
para ele como artista, após as reformulações que a pandemia exigiu. “Tivemos
várias reinvenções online que foram bem-vindas e necessárias, mas estou
honrado e com uma responsabilidade imensa em entregar algo que
corresponda às expectativas após um período longo de isolamento, sem
eventos presenciais”, salientou.
Adrião ainda destacou o poder transformador da arte, que para ele “é a
possibilidade de evolução do ser humano, em que se pode plantar ‘bombas’
que irão ‘explodir’ na mente e no coração das pessoas”. Ele acrescentou: “Para
mim cultura agrega, é ‘arma de defesa pessoal’”, parafraseando o autor gaúcho
Fausto Wolff (1940-2008). Mais informações sobre o festival pelo site
www.filo.art.br.

 

FOTO: Celso Pacheco/Assessoria FILO