Pela primeira vez no Brasil, Companhia da Espanha estreia no FILO 2016 nesta quarta-feira (31) com o espetáculo “Distância Siete Minutos”, que será reapresentado na quinta-feira

 

Parâmetros da felicidade

Pela primeira vez no Brasil, Companhia da Espanha estreia no FILO 2016 nesta quarta-feira (31) com o espetáculo “Distância Siete Minutos”, que será reapresentado na quinta-feira

A felicidade pode estar a um passo, a uma vida, a alguns minutos para acontecer.  A busca por ela, tema universal, é tratado com um olhar contemporâneo no espetáculo “Siete Minutos de Distância”, que a companhia Titzina Teatro, da Espanha, apresenta nesta quarta (31) e quinta-feira (1/9), no Teatro Mãe de Deus, dentro da programação do FILO 2016.

Na peça, Félix é um juiz que se vê obrigado a deixar seu apartamento por causa de uma infestação de cupins.  Enquanto a praga é combatida, ele se muda temporariamente para a casa de seu pai, um homem rude com o qual mal se relaciona.  A mudança acontece dia 15 de abril de 2004, justamente quando o robô Curiosity, da NASA, chega em Marte.  Um pouso complicado e que provocou ansiosa espera de sete minutos pela sua descida.

As histórias conflituosas que os dois personagens vivem em cena são apresentadas em esquetes que se repetem num ritmo ágil e repleto de simbolismos. Assim como os cupins que corroem o apartamento do personagem principal.  Metáforas que ilustram os conflitos entre pai e filho, e revelam a impossibilidade do gozo pleno da felicidade e a corrosão da relação entre os dois.

Os atores e diretores Diego Lorca e Pako Merino contam que a companhia sempre elege um tema motor para a criação de seus espetáculos.  Para este, eles investigaram por cerca de dois anos tudo que envolvia o tema “felicidade”. “Participamos de diversas conferências em Madri, em que se reuniam cientistas, antropólogos, sociólogos, que debatiam quais os parâmetros da felicidade na atualidade e ao largo da evolução humana”, comenta Merino.

Um presídio de Barcelona foi outro lugar que serviu para buscar elementos para a construção do texto. “Interessava-nos saber como alguém privado destes parâmetros de felicidade – como liberdade, capacidade de tomar decisões, família e tudo que nos traz felicidade no dia a dia – se adaptava”, diz.

Outra fonte de pesquisa foram os juizados, que eles comparam a uma espécie de serviço de saúde,   que as pessoas procuram quando não conseguem solucionar sozinhas os conflitos.  “Casos como brigas nas ruas, uma batida de carros ou a briga pela guarda de um filho, que vistos de fora podem têm uma comicidade, mas para que os vivem têm alta dose de dramaticidade”, ilustra. E foi no juizado que surgiu o personagem principal da peça.  “Os juízes são pessoas com status elevados, mas com uma capacidade enorme de se sacrificar, abrindo mão de coisas de suas vidas, estudando muito, se dedicando para resolver conflitos dos outros”,  comenta.

A origem

O Titzina Teatro foi criado por Lorca e Merino em 2001, em Barcelona, logo após terem concluído o curso na Escola Internacional de Teatro Jacques Lecoq, de Paris.  O nome da companhia remete ao período em que se conheceram, quando frequentavam a escola francesa. “A gente dividia um quarto, em uma espécie de pensão, que pertencia a uma mulher de origem croata. Conversávamos muito e falávamos alto, e a senhora dizia de forma carinhosa  ‘titzina españoles’, que significa silêncio. Então resolvemos adotar a palavra por ser bonita e nos trazer boas lembranças, além das diversas conotações que a palavra silêncio remete”, relembra .

Lorca conta que está é a primeira vez que o espetáculo é encenado no Brasil. A companhia acaba de chegar do Uruguai, onde participou do Festival Internacional de Teatro de Montevidéu. Daqui, a companhia espanhola segue para Brasília (DF) e, em seguida, para Salvador (BA). Mas esta não é a primeira vez que os atores vieram para o Brasil. Em 2001, quando ainda estudavam em Paris, viajaram a passeio e conheceram Salvador, a Chapada Diamantina, Rio de Janeiro e São Paulo. “Viajamos por duas semanas, sempre de ônibus, e a janelinha era como um filme. Ficamos impressionados com a beleza natural do que vimos”, lembra.

Serviço:

Festival Internacional de Londrina – FILO 2016

De 26 de agosto a 11 de setembro

Realização: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina

Patrocínio: Petrobras, Governo Federal, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Universidade Estadual de Londrina, Unimed Londrina, Horizon – John Deere.

Ingressos: Ponto de vendas no Royal Plaza Shopping (Rua Mato Grosso, 310) e pela internet: www.diskingressos.com.br. Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada).

Informações: www.filo.art.br