Espetáculo de dança contemporânea da Argentina joga luz sobre questões de gênero e exploração do feminino
O corpo nu como instrumento de contestação, poético, sem agressividade, provocando reflexões sobre a violência, a sexualidade e a resistência. Em “La Wagner”, espetáculo de dança contemporânea do diretor e coreógrafo argentino Pablo Rotemberg, a nudez não quer seduzir ou erotizar, apenas expor questões que as vestimentas muitas vezes ocultam. O espetáculo estreia na programação do FILO 2016 nesta sexta-feira (1/9), às 21h30, com reapresentação no sábado, às 20 horas, com ingressos esgotados.
Em “La Wagner”, quatro mulheres nuas, ao som de Richard Wagner, partem com a difícil tarefa de derrubar estereótipos e preconceitos relacionados ao universo feminino, à violência, ao erotismo e à pornografia. “Tudo isso acaba tomando conta do corpo da mulher por imposições e convenções sociais e os intoxicam. Mas estes corpos possuem inteligência e potência para colocar este estado das coisas de pernas para o ar”, comenta o diretor.
Rotemberg diz que sempre teve interesse artístico pela nudez do corpo humano em seus trabalhos. Mas, no caso de “La Wagner”, algumas questões o influenciaram a optar por colocar em cena quatro bailarinas nuas. A nudez foi a maneira que ele encontrou para valorizar o corpo feminino para muito além do objeto de desejo em que acabou sendo transformado pela mídia e pela propaganda, no cinema e na internet.
“O corpo nu feminino é um clichê na dança, por isso busquei algo que o valorizasse e desse um sentido. Diferentemente do corpo nu masculino, que provoca inquietude, a nudez feminina é como um objeto que provoca desejo. Mas, em ‘La Wagner’ ele está neutralizado”, diz.
No palco, os corpos das bailarinas ganham características tanto masculinas como femininas. “São guerreiras, como as Valquírias da mitologia nórdica, que assumem papéis criados pelos homens”, comenta. Mesmo com a proximidade, em uma superfície limpa e transparente, os espectadores se dão conta de que não conseguem ver tudo que está diante deles.
Rotemberg conta que não tinha ideia da potência que o trabalho teria em suscitar associações sobre a questão da violência, do gênero e a exploração da mulher. “Percebemos que a leitura que o público faz depende do contexto e do lugar onde nos apresentamos. Isso foi muito similar na Argentina e no Brasil. Já na Bélgica, o que tocou o público foi a escolha da obra de Wagner”, comenta. Rotemberg já tinha o desejo de utilizar a música do compositor alemão por sua complexidade e sofisticação. “Parecia-me um desafio interessante criar uma coreografia a partir da sua obra”.
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Festival Internacional de Londrina – FILO 2016
De 26 de agosto a 11 de setembro
Realização: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina
Patrocínio: Petrobras, Governo Federal, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Universidade Estadual de Londrina, Unimed Londrina, Horizon – John Deere.
Ingressos: Ponto de vendas no Royal Plaza Shopping (Rua Mato Grosso, 310) e pela internet: www.diskingressos.com.br. Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada).
Informações: www.filo.art.br[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]