O DIABO FALA BRASILEIRO
Existe um demônio que nos assombra, a vontade de realizar os nossos desejos. “Fausto”, espetáculo da Cia São Jorge de Variedades, apresenta esse conflito humano
Todos sonham em ter um ser mítico realizador de desejos, mas em muitas mitologias, tal entidade é personificada por um demônio, que encanta e perturba. “Fausto”, peça que a Cia São Jorge de Variedades (São Paulo) encena nos dias 18 e 19 de agosto, às 20h30, na programação do Festival Internacional de Londrina – FILO 2015, faz o caminho do mito moderno. O homem estaria disposto a perder-se para saber e dominar a natureza e conhecer os segredos do universo.
A Cia São Jorge adapta o texto de Goethe (1749-1832), que o consagrou universalmente, revestindo o mito de brasilidade que, potencialmente, contém poesia e musicalidade. Tem muito do jeito de falar do brasileiro, que é uma das contribuições da Cia São Jorge para o teatro paulista.
A história que apresenta no FILO é universal, retratando o homem que busca dar significado à sua vida, que precisa tocar o eterno e compreender o misterioso. A direção é de Georgette Fadel, Cláudia Schapira e Alexandre Krug, que também participa do elenco.
A São Jorge trabalha, muitas vezes, com música em cena e, desta vez, repete a fórmula com propriedade. A música foi indicada ao Prêmio Shell 2014. São três músicos e cinco instrumentos (piano, violoncelo, guitarra, baixo e bateria).
A ideia é ter um contraponto entre instrumentos mais clássicos e modernos, pois existem cenas musicais que remetem a uma opereta e outras com pegadas mais modernas, onde o grupo atualiza o texto com suas vozes.
A Cia São Jorge comemora 15 anos de pesquisa e inovação na cena teatral brasileira. Formado inicialmente por um grupo de jovens alunos da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, o grupo é sempre lembrado pelo permanente ativismo sobre a cidade. Já ocupou por dois anos o Teatro de Arena e desenvolve trabalhos com moradores de rua.
Em 2012, o grupo foi contemplado pelo Prêmio Petrobras Cultural, encantando São Paulo com “Barafonda”, teatro rito com quatro horas de duração e um cortejo de dois quilômetros pelo bairro da Barra Funda.
Ficha Técnica
Texto: Johann Wolfgang Von Goethe | Dramaturgia: Georgette Fadel, Claudia Schapira e Alexandre Krug – livre adaptação a partir das traduções de Cristine Röhrig, Jenny Klabin Segall e João Barrento |Direção: Claudia Shapira e Georgette Fadel |Elenco: Alexandre Krug, Edgar Castro, Marcelo Reis, Patrícia Gifford, Paula Klein e Pedro Felício |Músicos: Luiz Gayotto e Lincoln Antonio |Cenografia: Rogério Tarifa |Cenotécnicos e contrarregras: Edson Luna e Wagner Silva |Figurino: Claudia Shapira e Rogério Tarifa |Preparação Corporal: Renata Melo |Treinamento Vocal:Luis Päetow |Desenho de Luz: Aline Santini |Técnico de Luz: Vinícius Andrade |Engenheiro de Som: Ernani Napolitano |Técnico de Som: Duda Gomes |Direção de Vídeo: Bianca Turner |Técnico de Vídeo: Lui Seixas |Produção: Isabel Soares |Fotos e Vídeo: Cacá Bernardes e Bruna Lessa
Serviço:
FAUSTO
CIA SÃO JORGE DE VARIEDADES (SÃO PAULO – SP)
Dias 18 e 19 de agosto
20h30
Espaço Petrobras (Av. Celso Garcia Cid, 1489)
Drama | Classificação Indicativa: 16 anos | Duração: 140 minutos
Festival Internacional de Londrina – FILO 2015
De 14 a 30 de agosto
Promoção: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina
Direção: Luiz Bertipaglia
Patrocínio: Petrobras, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Caixa Econômica Federal, Copel/Governo do Estado do Paraná, Unimed Londrina, Horizon – John Deere e Ministério da Cultura / Governo Federal /Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Apoio: SESI Londrina, Royal Plaza Shopping, W2 Digital, Bar Valentino, Fecomércio PR/SESC, M&M Brasil, UEL FM, Doce Sabor, RPC, Fundação Cultural de Ibiporã, Itamaraty e Geleia Mob APP.
Realização: Ministério da Cultura / Governo Federal