Espetáculo de São Paulo, com única apresentação no FILO na quinta-feira (13/02), fala sobre memórias da imigração libanesa
Com texto de José Eduardo Vendramini e atuação de Eduardo Mossri, o monólogo “Cartas Libanesas”, de São Paulo, destaca em cena histórias reais de imigrantes libaneses no Brasil, inclusive do próprio autor e do ator. Dirigido por Marcelo Lazzaratto, o espetáculo será apresentado na quinta-feira (13/02), às 20h30, no Cine Teatro Ouro Verde, na programação do Festival Internacional de Londrina – FILO. O espetáculo terá intérprete de LIBRAS e, após a sua realização, haverá um bate-papo com o ator.
A ideia da montagem surgiu em 2009, quando Eduardo Mossri encontrou as cartas que sua avó recebia do avô, imigrante libanês que tentava ganhar a vida no Brasil no início do século XX. Mossri levou as cartas para Vendramini, que também tem ascendência libanesa, e deram início ao desenvolvimento da dramaturgia. Além das cartas, o autor pesquisou relatos verídicos de imigrantes libaneses no Brasil para construir esse requintado monólogo.
A comunidade libanesa que vive no Brasil é maior do que a própria população do Líbano. São quase 10 milhões de libaneses e descendentes em território brasileiro, enquanto cerca de 5 milhões vivem no Líbano.
Com mais de 200 apresentações no Brasil e no exterior, “Cartas Libanesas” foi o espetáculo convidado para a abertura do Festival de Teatro Internacional de Tanger, em Marrocos. A convite do Consulado Libanês e da Embaixada Brasileira apresentou no Théâtre Monnot de Beirute e na The Holy Spirit University of Kaslik, no Líbano. A peça foi indicada aos Prêmios Shell, Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e Aplauso Brasil de Melhor Autor, em 2015.
“É uma grande satisfação poder conhecer melhor a história da minha família por meio desse projeto. O que venho constatando em dez anos de apresentação é que essa história, na verdade, é um pouco de cada um de nós, se a gente considerar que o Brasil foi feito dessa formação, com exceção dos povos que vieram de forma escravizada e os povos originários”, pontua o ator Eduardo Mossri. “Falamos do arquétipo do imigrante, das etnias e povos, que vieram para cá. Pretendia falar da minha aldeia e acabei falando do mundo”, observa.
Em tempos em que os fluxos migratórios continuam tão presentes em busca por melhores condições de vida e o respeito pela diversidade é ainda urgente, Mossri reflete: “O meu papel enquanto artista é trazer essa reflexão por meio de histórias do passado que reverberam até hoje pelo viés emocional, que eu acho que é a melhor maneira de tocar as pessoas”.
Na encenação, o diretor Marcelo Lazzaratto optou por priorizar a voz do ator e os sons da trilha. Enquanto Eduardo Mossri interpreta as angústias, conquistas e aventuras de Miguel com sua mala de mascate e um microfone antigo a tiracolo, a trilha sonora composta por Gregory Slivar invade o palco. “A música e os sons têm o mesmo volume e importância que a voz falada. É uma história contada principalmente pelo som”, explica o diretor, que também é responsável pela iluminação.
O figurino criado pelo estilista Fause Haten, também descendente de libaneses, traz cores claras desenhando a elegância masculina do início do século XX. O cenário assinado por Renato Bolleli evidencia o ator usando poucos elementos, como ribaltas margeadas por galhos de cedro que formam um semicírculo atrás dele, além de torres de luz e um pedestal.
Foto/divulgação: Felipe Stucchi
Ficha Técnica
Cartas Libanesas, com Eduardo Mossri (São Paulo/SP)
Duração: 80 minutos
Classificação Indicativa: 12 anos
Texto: José Eduardo Vendramini | Direção e Iluminação: Marcelo Lazzaratto | Ator: Eduardo Mossri | Cenário: Renato Bolleli | Trilha Sonora: Gregory Slivar | Figurinos: Fause Haten | Assistente de direção: Wallyson Motta | Preparação vocal: Rodrigo Mercadante | Visagismo: Nael Kassees | Fotógrafo: Felipe Stucchi | Produção: Eduardo Mossri
SERVIÇO:
Cartas Libanesas, com Eduardo Mossri (São Paulo-SP)
Quando: 13/02, às 20h30 (após o espetáculo, haverá um bate-papo com o ator). Com intérprete de LIBRAS.
Onde: Cine Teatro Ouro Verde (Rua Maranhão, 85)
Quanto: R$ 45,00 e R$ 22,50 (meia-entrada)
Ingressos: Sympla
Realização: Usina Cultural
Apoio: Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina
Patrocínio: Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic)