Nas duas apresentações do Barracão Cultural, a plateia se envolveu com a história da condessa aventureira

O grupo Barracão Cultural, de São Paulo (SP),  encantou as plateias que acompanharam as apresentações do espetáculo  “A Condessa e o Bandoleiro”, hoje pela manhã no Sesc Cadeião Cultural e no sábado, na Praça Marechal Floriano Peixoto. Nem mesmo o sol forte desanimou o  público nos dois dias, que se envolveu com as músicas e respondeu atentamente às brincadeiras dos atores.

No espetáculo, uma condessa entediada com a vida da corte  resolve se aventurar  pela floresta  para ir a um baile. Acompanhada pelo barão e sua ama, acaba se perdendo e buscam ajuda em uma taberna e acabam se encontrando com o temido bandoleiro Zé Facada. O choque provocado pelas diferenças entre dois mundos tão distintos gera uma série de confusões, com um desfecho surpreendente. “Buscamos mostrar o encontro destes dois mundos tão diferentes, o da burguesia, realeza, com o dos bandidos, e a possibilidade de convivência entre eles, que acabam sendo um só”, comenta a atriz, Eloisa Elena.

A peça, que é baseada na obra do escritor húngaro, Jókai Mor, ganha ritmos, movimentos e um jeito bem brasileiro de contar uma história. “Trouxemos toda a brasilidade para uma história europeia, com foco na cultura nordestina. Pesquisamos e estudamos por mais deu ano  manifestações como maracatus,  cavalos marinhos, xaxado”, afirma.

Eloisa  disse que a receptividade do público do FILO foi “deliciosa”.  “Pessoal expressivo, bem participativo, que dialogou com a gente o tempo inteiro, e isso é fundamental para o teatro de rua.  Quando encontramos uma plateia gostosa assim, o espetáculo vai embora”, diz.

“O cenário atrai as pessoas, deixa todo mundo junto e próximo aos artistas. A parte musical encanta muito e torna o espetáculo dinâmico e interativo.” Leandro Nedel, que foi com a mulher Fernanda e os filhos, Anazilda, de 4 anos, e Eloí, 1, assistir à apresentação.

“Este foi o segundo espetáculo que assistimos no FILO. O primeiro de rua. Foi maravilhoso, envolve o público, a alegria contagia e a música envolve as crianças.” Claudia Grotti , que levou a filha Luana, 7 anos, ao SESC Cadeião Cultural

“Maravilhoso. Eu vim de Campo Grande para aprender com os espetáculos. Foi o melhor de rua que eu já vi. Adorei a história, o jeito que foi contada, as transições…” ( Yasmim Fonseca, estudante e atriz, de 19 anos).

“Achei muito bacana, a mensagem é muito legal e o melhor são os atores, de primeiro escalão. Trouxe minha filha, que faz teatro, para se inspirar. Também é uma forma de apreciar a cultura.” (Alessandra Inahara, que foi ao espetáculo com o marido e as duas filhas).