Filo 2025
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Grupo de atores PCD traz à cena discussão sobre corpos invisibilizados

Espetáculo Meu corpo está aqui, do Rio de Janeiro, será apresentado nos dias 9 e 10, às 20 horas, na Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL

Com a proposta de promover uma reflexão coletiva sobre o direito à visibilidade de pessoas com deficiência que ultrapasse as limitações e que considere a sexualidade e os afetos, o espetáculo Meu corpo está aqui, da Fábrica de Eventos, do Rio de Janeiro, será apresentado nos dias 9 e 10 de fevereiro, na Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL, dentro da programação do Festival Internacional de Teatro – FILO.  Após a apresentação de segunda-feira (10), haverá um bate-papo com o público presente.

Com texto e direção de Julia Spadaccini e Clara Kutner, a dramaturgia é baseada nas experiências pessoais do próprio elenco, formado por atores e atrizes PCD (pessoas com deficiência). Em cena, Bruno Ramos, que é surdo, Juliana Caldas e Pedro Henrique França, pessoas com nanismo, e Rafa Muller, que tem paraplegia e é usuário de cadeira de rodas, falam abertamente sobre seus relacionamentos, seus corpos e seus desejos. Complementa o elenco o ator-intérprete de LIBRAS Jadson Abraão. A direção de produção é de Claudia Marques.

Em uma mistura de depoimentos ficcionalizados por Julia Spadaccini, também pessoa com deficiência (surda oralizada), e Clara Kutner, o espectador é levado a participar desse jogo entre pulsões e obstáculos que se apresentam nas descobertas e nas experiências de afeto e sexualidade em corpos PCD. Com ousadia e sensibilidade, Meu corpo está aqui traz um tema original pouco explorado: o corpo de um PCD como objeto de amor ou sexo, seja no palco, na TV ou no cinema.

“Esse projeto é uma realização pessoal muito grande tendo em vista que, em 20 anos escrevendo teatro, pela primeira vez faço uma dramaturgia voltada para uma questão que também me inclui. Ser uma autora PCD e estar num projeto onde todos em cena também são, é uma vivência de vasta inclusão”, comenta Julia Spadaccini. “A peça vem para jogar luz, justamente, nessa grande invisibilidade que acomete o corpo com deficiência, seus desejos, amores e sexualidade”, acrescenta. 

“O nosso corpo é um importante veículo de comunicação. É através dele que expressamos nossos desejos, nossas angústias e nossas satisfações. Estar com o corpo presente e pleno é fundamental para se sentir segura e potente. Seja qual corpo for, de que forma for, de que tamanho for. O corpo é a nossa identidade, a nossa assinatura visível”, complementa a diretora de produção Cláudia Marques. 

Em 2024, Meu corpo está aqui foi contemplado pelo Prêmio Especial da Associação dos Produtores de Teatro (APTR) e ganhou o Prêmio da Festa Internacional do Teatro de Angra (FITA), na categoria Elenco Revelação; a montagem também foi indicada ao 34º Prêmio Shell pelo processo coletivo de construção de um espetáculo altamente vital e inspirador, que impacta de forma positiva na visibilização de Pessoas com Deficiência.


Crédito/foto: Isabela Bugmann/FIAC

 

Ficha técnica:
Texto e Direção: Julia Spadaccini e Clara Kutner | Elenco: Bruno Ramos, Juliana Caldas, Rafa Muller e Pedro Henrique França.| Ator-Intérprete de Libras: Jadson Abraão | Direção de Produção e Coordenação Geral do Projeto: Claudia Marques | Figurino e Cenografia: Beli Araujo | Iluminação: Paulo Cesar Medeiros | Música: Luciano Camara | Operador de Luz: Lúcio Bragança | Produção: Fabrício Polido Realização: Fábrica de Eventos

Serviço:

Meu Corpo Está Aqui (Fábrica de Eventos – Rio de Janeiro/RJ)

Classificação indicativa: 16 anos

Acessibilidade: LIBRAS nas duas apresentações

Quando: 09 e 10/02, às 20h

Local: Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL (Av. Celso Garcia Cid, 205)

Ingressos: Sympla

Realização: Usina Cultural

Apoio: Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina, Rádio UEL FM

Patrocínio: Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic)